Ao longo dos séculos, e perante a escassez de fontes de água potável, foi necessário encontrar estratégias que permitissem o acesso da população a esse bem fundamental. Uma dessas soluções foi a construção de poços de maré nas zonas costeiras da ilha, em locais com fluxo de água doce.
Ir ao poço buscar água nos cântaros de barro ou potes de madeira era algo considerado trabalho das mulheres e da sua rotina diária. A água retirada destes poços era salobra, servindo sobretudo para cozinhar as refeições, para beber e para a higiene.
Junto a esses poços muitas vezes existiam lavadouros públicos que facilitavam o trabalho das senhoras na lavagem da roupa evitando o transporte de uma grande quantidade de água para casa em potes à cabeça.
Nos antigos lavadouros públicos é possível ver um poço de maré octogonal em pedra com uma cartela circular que contém a inscrição “CM1942”, de onde era retirada a água e colocada num recetáculo que abastecia as 10 pias dos lavadouros públicos existentes no local.
As idas ao poço ou aos lavadouros eram pontos de encontro e de convívio com forte cariz social e cultural.